CRHLP nº30
Vivemos um momento histórico em que a inteligência artificial (IA) se destaca, moldando economias, culturas e relações sociais. Na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) surge como um denominador comum que, embora com impactos e desafios específicos em cada região, nos conecta num percurso de inovação e desenvolvimento.
Portugal tem-se afirmado como um laboratório europeu para a IA, com empresas a liderarem iniciativas que colocam a tecnologia ao serviço da competitividade empresarial. Projetos como a assistente Cris mostram como a IA pode transformar operações e simplificar processos, provando que a digitalização é um passo essencial para o futuro. No entanto, como se assinala na PHC, há ainda muito a construir para que as organizações portuguesas abracem totalmente esta revolução.
O Brasil, com a sua vasta dimensão e diversidade, enfrenta aqui desafios únicos. A adoção da tecnologia cresce rapidamente em alguns sectores. Como destacam especialistas da Numen e da FCamara, o país encontra-se numa fase de democratização tecnológica, onde soluções de IA geram oportunidades mesmo no meio de desigualdades estruturais.
Nos países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP) a IA apresenta-se como ponte para superar desigualdades históricas e promover o crescimento económico. Exemplos como o da VisionWare em Cabo Verde ilustram o potencial de parcerias estratégicas e de um investimento focado em competências locais. Em Angola e Moçambique, a IA surge em setores como educação e agricultura, cruciais para a autonomia das comunidades.
Apesar de cada país da CPLP avançar a um ritmo próprio, um elemento comum emerge: a urgência de investir no fator humano. Não basta ter acesso às tecnologias mais avançadas; é crucial garantir que as pessoas estejam preparadas para utilizá-las de forma eficiente e ética. O esforço de formação contínua, exemplificado pela Learninghubz, evidencia como a capacitação digital pode transformar indivíduos e organizações.
Nesta edição, celebramos não apenas os avanços tecnológicos, mas também as pessoas, as empresas e as iniciativas que estão a construir um novo panorama. Que este seja um espaço de reflexão e inspiração para quem acredita que a tecnologia, bem utilizada, é uma poderosa aliada na criação de um mundo melhor.